Na minha vida de ciclista, que pontuo o início em meados de 2004, já morando onde resido e trabalhando como professor/educador, já trabalhei em bairros como Atuba (Vila Esperança), CIC (Vila Nossa Senhora da Luz), Pinheirinho (Xapinhal), Ganchinho (Vila Ostenack), Capão Raso, entre outros lugares da cidade de Curitiba e região metropolitana (Colombo, Campo Largo). As distâncias variavam de 25 e 50 KM entre ida e volta. Sempre de bike.
Em Outubro de 2016 completei um ano no meu atual trabalho, como educador social, num projeto que atende jovens que estão em situação de vulnerabilidade social. Faço duas atividades semanais com os jovens: uma é de experimentações artísticas, onde trabalhamos desenho, pintura, graffiti, etc. e a outra é o rolê de bike, onde saímos daqui da base para pedalar pelo território. A ideia é pedalar pela cidade e ir para locais, as vezes de um ponto A à um ponto B e voltar; as vezes simplesmente pedalar sem um objetivo final. Por vezes eu proponho os trajetos; por vezes os jovens propõem. Dispomos de cinco bikes para os rolês com os jovens, e claro, as vezes furam pneus e acontecem outros problemas, mas o rolê nunca para. A cultura da bicicleta está presente de forma contundente no espaço Propulsão.
Voltando ao 1º ano no trampo: vou e volto de bike de casa/trabalho/casa. Esse ano foram 4 vezes que não utilizei a bicicleta como meio de locomoção para esse trajeto, usei o transporte público. O motivo? Muita chuva na hora de sair misturado com preguiça de pedalar e se molhar. Engraçado que no meio do trajeto, quando eu estava dentro do ônibus lotado, parando de sinaleiro em sinaleiro, eu pensava “por que não fui de bike” e me arrependia ao máximo. Foram dias muito específicos para eu não sair de bicicleta, até por que já pedalei bastante esse ano com chuva. Sobre o ônibus, nessas 4 vezes cheguei atrasado, levei entre 1:30 e 1:45 minutos para ir ao trabalho e nem marquei a volta. Quando vou e volto de bike, levo em torno de 30 a 45 minutos, e indo bem de boa. Atualmente moro no bairro Pilarzinho e trabalho no bairro Rebouças. São 10 KM para ir ao trabalho e 10 KM para voltar pra casa (existe uma pequena margem de erro de 5 metros pra mais ou pra menos). No trajeto passo por ciclovias bem estruturadas, mal estruturadas, ruas (onde pedalo junto aos carros) e trechos de canaletas (vias específicas para ônibus) – nesses trechos de canaletas as ruas paralelas passam um carro apenas e não é legal pedalar ali, muita pressão, então prefiro ir pela canaleta. No geral é um trajeto agradável, com alguns trechos com flores e árvores, outros com concreto e prédios. As intempéries do trajeto são os cruzamentos, onde sempre tem um motorista errado passando no vermelho. Veja, no final do mês isso dá 400 KM!!! É um baita dum exercício.
As pessoas as vezes me perguntam sobre ir e vir de bike todo dia, questionando se “não enche o saco”, “não cansa”, etc. É por que as pessoas não experimentaram a sensação de se pedalar, sentir o suor, o vento na cara, ir a hora que quiser e não ficar parado num congestionamento. 20 KM: não é uma distância impossível de se fazer de bicicleta. Claro, exige-se um mínimo de condicionamento físico e prática no trânsito, mas nada que alguns meses girando pela cidade, conhecendo o seu corpo e mente, que não façam qualquer pessoa pegar uma bike e ir aonde quiser. Quem quiser pode tentar! 🙂
Todas as fotos foram feitas em movimento, por isso o borrado. Não me preocupei em registrar a volta. Até a próxima!
De Rolê – Coluna do Thiago Gava: gosta de pedalar na cidade e nas estradas e caminhar nas montanhas e vai compartilhar conosco algumas de suas aventuras. Quem quiser conferir mais, segue também seu blog http://thiagosyen.blogspot.com.br/
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